CINEMA MUDO
Desde o início, inventores e produtores tentaram casar a
imagem com um som sincronizado. Mas nenhuma técnica deu certo até a década de
20. Assim sendo, durante 30 anos os filmes eram praticamente silenciosos sendo
acompanhados muitas vezes de música ao vivo, outras vezes de efeitos especiais
e narração e diálogos escritos presentes entre cenas. Tendo destaque para
Charles Chaplin, um dos pioneiros do cinema mudo em todo o mundo.
Hoje em dia, o cinema baseia-se em projeções públicas de
imagens animadas. O cinema nasceu de várias inovações que vão desde o domínio
fotográfico até a síntese do movimento utilizando a persistência da visão com a
invenção de jogos ópticos. Dentre os jogos óticos inventados vale a pena
destacar o thaumatrópio (inventado entre 1820 e 1825 por William Fitton),
fenacistoscópio (inventado em 1829 por Joseph-Antoine Ferdinand Plateau),
zootropo (em 1834 por Will George Horner) e praxinoscópio (em 1877 por Emily
Reynaud). Em 1888, Emily Reynaud melhorou sua invenção e começou projetar
imagens no Musée Grévin durante 10 anos.
Em 1876, Eadweard Muybridge fez uma experiência: primeiro
colocou 12 e depois 24 câmeras fotográficas ao longo de um hipódromo e tirou
várias fotos da passagem de um cavalo. Ele obteve assim a decomposição do
movimento em várias fotografias e através de um zoopraxiscópio pode recompor o
movimento. Em 1882, Étienne-Jules Marley melhorou o aparelho de Muybridge. Em
1888, Louis Aimée Augustin Le Prince filmou uma cena de cerca
de 2 segundos,
mas a fragilidade do papel utilizado fez com que a projeção ficasse inadequada.
William Kennedy Laurie Dickson, chefe engenheiro da Edison Laboratories, inventou uma tira de celulóide contendo uma sequência de imagens que seria a base para fotografia e projeção de imagens em movimento. Em 1891, Thomas Edison inventou o cinetógrafo e posteriormente o cinetoscópio. O último era uma caixa movida a eletricidade que continha a película inventada por Dickson mas com funções limitadas. O cinetoscópio não projetava o filme.
Programa da primeira exibição baseado na invenção de Edison, Auguste e Louis Lumière
inventaram o cinematógrafo, um aparelho portátil que consistia num aparelho
três em um (máquina de filmar, de revelar e projetar). Em 1895, o pai dos
irmãos Lumière, Antoine, organizou uma exibição pública paga de filmes no dia 28
de dezembro no Salão do Grand Café de Paris. A exposição foi um sucesso. Este
dia, data da primeira projeção pública paga, é comumente conhecida como o
nascimento do cinema mesmo que os irmãos Lumière não tenham reivindicado para
si a invenção de tal feito.
Porém, as histórias americanas atribuem um maior
peso a Thomas Edison pela invenção do cinema, quando na verdade o que ele fez
foi pegar pequenos videos e exibi-los em maquinas caça-níquel, e para não
perder tal fonte lucrativa sempre foi contra a exibição dos filmes em grandes
salas.
Os irmãos Lumière enviaram ao mundo, a fim de apresentar
pequenos filmes, os primeiros registros como um início do cinema amador.
"Sortie de l'usine Lumière à Lyon" (ou "Empregados deixando a
Fábrica Lumière") é tido como o primeiro audiovisual exibido na história,
sendo dirigido e produzido por Louis Lumière. Do mesmo ano, ainda dos irmãos
Lumiére o filme "The Sprinkler Sprinkled", uma pequena comédia. Menos
de 6 meses depois, Edison projetaria seu primeiro filme, "Vitascope".
CINEMA BRASILEIRO
Em 1896, chegaram ao Rio de Janeiro aparelhos de projeção
cinematográfica, em 1898, foram realizadas as primeiras filmagens no Brasil.
Somente em 1907, com o advento da energia elétrica industrial na cidade, o
comércio cinematográfico começou a se desenvolver.
Nesta fase predominou filmes de reconstituição de fatos do
dia-a-dia. A partir de 1912, das mãos de Francisco Serrador, Antônio Leal e dos
irmãos Botelho eram produzidos filmes com menos de uma hora de projeção, época
em que o cinema nacional encarou forte crise perante o domínio norte-americano
nas salas de exibição, os cine-jornais e documentários é que captavam recursos
para as produções de ficção.
Em 1925, a qualidade e o ritmo das produções aumenta, o
cinema mudo brasileiro se consolida e os veículos de comunicação da época
inauguram colunas para divulgar o nosso cinema. Entre os anos 30 e 40, o cinema
falado abre um reinício para a produção nacional que limita-se ao Rio em
comédias populares, conhecidas como chanchadas musicais que lançaram atores
como Mesquitinha, Oscarito e Grande Otelo. A década de 30,foi dominada pela
Cinédia e os anos 40 pela Atlântida.
No período de 1950 a 1960, em São Paulo, paralelo à fundação
do Teatro Brasileiro de Comédia e abertura do Museu de Arte Moderna, surge o
estúdio da Vera Cruz que através de fortes investimentos e contratação de
profissionais estrangeiros busca produzir no Brasil, uma linha de filmes
sérios, industrial, com uma preocupação estético-cultural hollywoodiana e com a
participação de grandes estrelas como Tônia Carreiro, Anselmo Duarte, Jardel
Filho, entre outros. A Vera Cruz tinha uma produção cara e de qualidade, mas
faltava-lhe uma distribuidora própria e salas para absorver a sua podução, uma
de suas produções foi premiada em Cannes, o filme Cangaceiro, de Lima Barreto.
Em oposição às produções paulistas e cariocas, surgem
cineastas independentes que a partir da década de 60, buscam manter a pretensão
artística da Vera Cruz, como por exemplo, Walter Hugo Khouri, e uma esfera
neo-realista, com o filme “Rio 40°” de Nelson Pereira dos Santos. Nesta fase há
o fenômeno de filmes feitos na Bahia, por baianos e sulistas, como o “Pagador
de Promessas”, é o surgimento do Cinema Novo, moviemento carioca que abarca o
que há de melhor no cinema nacional, época de intensa produção e premiação de
nomes como os de Glauber Rocha, Serraceni, Ruy Guerra, entre outros.
RELAÇÃO:
Desenho Animado, Cinema e fotografia.
Desenho Animado, Cinema e fotografia.
A história da animação perde-se nas brumas do tempo, desde a
era das imagens registradas nas paredes das cavernas antigas até as projeções
conhecidas como sombras chinesas, porém inventadas pelos alemães. Hoje, as
animações são cada vez mais sofisticadas, graças à tecnologia digital, mas o
processo original consiste na elaboração individual de cada fotograma – cada
uma das representações gravadas por meio de reações químicas no celulóide do
cinematógrafo – de uma película. Isso é realizado por meio de registros
fotográficos de figuras desenhadas; através de mínimas mutações repetidas em um
protótipo primordial, com cada resultante fotografada; ou ainda por computação
gráfica.
Assim que os fotogramas são conectados, o filme é assistido
à velocidade de dezesseis ou mais reproduções por segundo, o que dá origem a
uma sensação de movimento ininterrupto. Realizado da forma mais primitiva, este
procedimento se transforma em algo monótono e mecânico, daí a importância da
introdução da digitalização, que incrementa a duração da produção.
O primeiro show de projeção de sombras foi realizado em
1795, quando se apresentou ao público uma exibição de natureza histórica, de
conteúdo fortemente ideológico, com o auxílio de uma lanterna movediça, dando
impulso a uma animação posteriormente conhecida como 3D, embora de forma ainda
rudimentar.
Vários instrumentos foram desenvolvidos para criar
impressões de movimento, culminando em 1872 com um experimento do fotógrafo
Eadweard Muybridge que, assessorado por um engenheiro, John D. Isaacs, valeu-se
de uma seqüência de vinte e quatro câmaras escuras que captavam
progressivamente a passagem de um cavalo, o qual ativava os dispositivo que,
nestes aparelhos, impedem ou permitem a passagem da luz, regulando a exposição
das películas sensíveis à luz, assim que suas patas tocavam em fios bem
esticados, posicionados de forma a permitir essa operação.
Mas foram os irmãos Lumiére que aprimoraram estes equipamentos
incipientes, ao criar o Cinematógrafo, exibido ao público em uma inesquecível
sessão de cinema realizada no dia 28 de dezembro de 1895. Desta forma, não é
equivocado afirmar que a história da animação se confunde com os primórdios do
cinema mudo, persistindo até os nossos dias, se aperfeiçoando á medida que as
inovações tecnológicas se sucedem.
O francês Émile Reynaud, inventor de um aparelho chamado
praxynoscópio, mecanismo que projeta na tela reproduções desenhadas sobre fitas
transparentes, foi o responsável pelo primeiro desenho animado, produzido com
doze imagens e películas contendo cerca de 500 a 600 imagens, exibido no Musée
Grévin, em Paris, no dia 28 de outubro de 1892.
O primeiro desenho realizado através de um projetor moderno
foi Fantasmagorie, do diretor Émile Courtet, em 1908. Já na modalidade
longa-metragem animado, o pioneiro foi El Apóstol, criado pelo argentino
Quirino Cristiani, transmitido na Argentina, em 1917. Atualmente, as animações
continuam mais que nunca no topo das produções mais lucrativas e de maior
sucesso de público.
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